Vale sem água protegido por montanhas
Me faço ouvir pela mímica do sapato
Enquanto fujo
Pela mímica das minhas dores
Enquanto roo as unhas e o silêncio
Eu roo o silêncio
Na quebrada invariante da tarde
Quando o horizonte de tão próximo não se deixa ver
Adiante há um eco
Mesmo que eu gire o corpo e volte-me para o outro lado
Lá está ele, silencioso e abraçado à nuvem de algum passo estrangeiro
É um pássaro visível
É um pássaro na fronteira do arco-íris
É um eco de pássaro
Eu coo o café da noite
Para cair nos braços da escuridão chegada a tangos
E dançar feito nave neve nuvem – feito pó
Pó manso
Imensa brisa calada
Depositário de um grito cheio de graça com os terremotos.
2 comentários:
Deixei-me levar pelo "Grito".
Muito bom.
Abs
Jogelci, que bom que você gostou, pois eu gosto deste meu grito. Ele não é muito agudo, né?
Volte sempre por estas bandas ósseas. A casa está sempre aberta.
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