8.10.06

50 anos de “Encontro Marcado”



O “Prosa e Verso” (O Globo) de hoje, 7 de outubro de 2006, é todo dedicado aos 50 anos do livro do Sabino.

É possível que tenha lido o romance na comemoração de seus 30 anos. Minhas lembranças, portanto, são apenas borrões. Lembro dos personagens transitando por Belo Horizonte, varando madrugadas na Praça da Liberdade, perto de onde, aliás, recentemente colocaram uma escultura em que estão Sabino, Pelegrino, Lara Resende e Mendes Campos, os quatro terríveis.

Essa turma nasceu na década de 20, na mesma de minha mãe, que os conheceu lá em BH, na década posterior.

E daí?

Daí que tomei de achar os nascidos em 20 gente muito interessante. Minha mãe é. E esses escritores mineiros também o são (eram), assim, como, da mesma safra, outro contemporâneo deles, o Ivo Pitangui.

E foi o Pitangui que me fez vir aqui escrever.

No caderno do Globo, ao entrevistarem o médico, perguntam se ele, como os personagens do livro numa determinada passagem, puxava uma angustiazinha. A resposta foi mais ou menos assim: é, como não tinha um fuminho, a gente puxava uma angustiazinha.

A sabedoria não é monopólio da velhice, pois se assim fosse, Sabino não teria escrito o “Encontro Marcado”, salvo engano, com um pouco mais de 30 anos. Seja como for, a idade deve suavizar nossa visão da vida. “Não havia fuminhos, fumávamos angústia”.

Fica aí um pingo de poesia para os dias tão medíocres do Brasil de hoje.

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