16.7.21

Estratégias de guerra



Cofiar o escuro da lua.

Umedecer o sol.

Escanhoar o frio.

Aconselhar-se com as estrelas.

Reger o coaxar da saparia.


Esquecer no vermelho de um tiê-sangue o espanto.

Medir a sombra das horas.

Cansar-se pelo mar.

Aprender a acrobacia da poeira.

Colorir o silêncio das flores.

Perguntar à infância que fim levaram as taboas.

Mascar o vento.

Intervir nos mapas.

Desistir do passo anterior.

Acender-se e apagar-se na presença de vaga-lumes.

Rir da retidão dos caminhos.

Dar de beber à água.

Mentir aos pés.

Burlar a aurora.

Engolir o horizonte.

Acender o cigarro num vulcão.

Contar estórias à noite.

Esconder-se do amanhã.

Ouvir a intimidade da chuva.

Assistir ao coito das pedras

Cultivar tudo que a estupidez dos poderosos não alcança.

2 comentários:

eustaquio grilo disse...

Boa, das boas; e rimando com taboas. Que amo: são lindas.

Dag Bandeira disse...

Muito lindo. Amei.