7.6.20

Na ponta da língua

(para Dias Gomes)

O problema do Brasil é que o problema do Brasil é o problema do Brasil.

 

(para Rubem Penz)

Lugar longe, distante mesmo, é ali, ó, logo depois de desistir.

 

(para Graça Sette, professora em tempo integral)

Antes do "b" e do "p", o "m", mas depois vale tudo.

 

(para Sônia Peçanha)

Os bumerangues seriam ótimos pombos-correio, mas não nasceram pra isso.

 

(para quem estiver por aqui no futuro)

Amor artificial, inteligência artificial, relações artificiais: ô saudade!

 

(para Luís Antônio P. de Oliveira)

Os políticos mentem apenas para subsistir.

 

(para Mariana Ianelli)

Todo olhar carrega um assobio.

 

(para Cristiano Santos)

O antônimo do antônimo é sinônimo de terceiro grau de um número primo.

 

(para quem acha que é fácil)

Falar é fácil, falar fácil é difícil e falar difícil é o novo fácil, trapaça.

 

(para João Mattos)

Nem tudo somado a si mesmo dobra.

 

(para Nilma Lacerda)

O relógio não é o oásis das horas secas.

 

(para Caio J. Maciel, com medo de estar plagiando)

Ir e voltar num pé só deixa muito Saci de quatro.

 

(para Manoel Lobato)

Um país é feito de insones e lixo.

 

(para Marlene de Lima)

Entrou na fila quando Deus meteu um atestado.

 

(para Carmen Molinari)

Ver não viu, mas viu de ouvir falar.

 

(para Eustáquio Grilo)

Só os bobos desconfiam.

 

(para Patrícia, minha irmã)

Cachorro quando dá de latir dormindo andou comendo ração de gente.

 

(para Maria Jabace)

As pedras não falam por pura timidez.

 

(para Gilberto Abreu)

Valhacouto para velhaco, velho, é o que por aqui não falta.

 

(para Wasmália Bivar)

O problema do Brasil é estar o Brasil no Brasil, um país com problema à beça.

5 comentários:

Dagmar Braga disse...

Muito bom!

No Osso disse...

Obrigado, Dagmar.

Dag Bandeira disse...

(Para Alexandre Brandão)
Amigo que é amigo, acorda você com poesia.

eustaquio grilo disse...


Um montão de sínteses brilhantes...

ô delícia, Alexendre.


eustaquio.grilo@gmail.com

No Osso disse...

Dag e Eustaquio, queridos amigos, tem dia que a gente escreve é pra brincar. Abraço n'ocês.