Sarney ostenta um enorme bigode. Não é?
Jobim tem vestido roupas do exército. É o que se vê na tevê.
Quércia é alto. Afirmo com quase 100% de certeza.
Aécio é neto do Tancredo, atesta seu registro de nascimento.
Cabral saiu ao pai, pelo menos na bochecha, assim suas aparições levam a crer.
César Maia traja invariavelmente um casaquinho xexelento. De longe, assim é: casaquinho e xexelento.
Roberto Jefferson emagreceu graças à redução do estômago. Li.
FHC ensina na Brown University. Ele mesmo frisa isso em seus artigos.
É possível checar na internet as mortes do Covas, do Ulisses, do próprio Tancredo, a do Magalhães Pinto e a do ACM também.
Pedro Simon fala com paixão. José Dirceu, com frieza. Renan, dissimuladamente.
Ângela Guadagnin bailou quando seu partidário foi livrado de perder o mandato. Marco Aurélio Garcia mandou uma banana quando o desastre com o avião pareceu ser culpa do piloto, não dos controladores de vôo. Collor voltou à tribuna. Vi com estes olhos que a terra há de comer.
Heloísa Helena gosta de uma camisetinha básica. Babá não corta o cabelo. Chico Alencar corta, às vezes. A mensagem perseguida por eles é: diante de tantos problemas, nada de preocupação excessiva com a aparência.
Eduardo Paes muda de roupa e de partido sem pestanejar. Gabeira não usa mais tanga, nem se candidata a prefeito. O primeiro ocupa a mídia; o segundo, pouco, nunca mais como dantes.
Político é engraçado. Vive nos pedindo para lhe darmos um voto de confiança, para acreditarmos que aquilo de que é acusado, tal e tal falcatrua, é intriga da oposição. O tiro pode sair pela culatra: qualquer dia, o brasileiro deixa de diferenciar uns dos outros, e todos passam a ser farinha do mesmo saco. Pior ainda: deixa de acreditar até no que é visível, audível e legível.
Vai que o Covas está vivo. O Lula tem seis dedos. O Simon adora camisetas básicas. A Heloísa Helena troca de roupa e de partido só pensando em ser prefeita. O Quércia é baixinho. O Gabeira não corta os cabelos. O Aécio é neto do ACM. O Cabral corta os cabelos de vez em quando. O Collor tem grandes bochechas como as de seu pai. O Renan deixou de usar tangas. O Eduardo Paes morreu num desastre aéreo. O FHC diminuiu o estômago. O ACM morreu há anos e o Magalhães Pinto, num dia desses. O César Maia dança para comemorar quando seus partidários livram a cara.
Se deixarmos de acreditar até naquilo de que não se pode duvidar, o país vai pro beleléu. Por vinte anos estivemos lá, e não foi bom. Como talvez dissesse o pessoal do Casseta: “Seu político, roube, mas não minta; a mentira tem perna curta”.