O Botafogo ganhar o bicampeonato da Libertadores da América.
O mundo tomar juízo, recolher as armas, dar fim aos genocídios de toda espécie.
Eu acertar na loteria e, com tutu no banco, assobiar na pracinha.
A ganância sair de cena cedendo o palco à solidariedade.
A volta de Jesus ou mesmo de um sósia. De um sósia confiável por suposto.
O Brasil ser tomado por um surto de leitura.
Os homens compreenderem que “o verão é o apogeu da primavera, e só por ela ser”, como já cantou Gilberto Gil.
Lô Borges, Jards Macalé, Angela Ro Ro, Arlindo Cruz e Nana Caymmi, sob a regência de Hermeto Paschoal, fazerem o show do ano-novo de Copacabana.
Eleger o amor como a grande aposta. Fazer fé. Se jogar de cabeça.
As crianças da Maré – e de todos os lugares igualmente ultrajados pelo Estado – frequentarem a escola sem preocupação outra que não a de se darem bem na prova.
A humanização das polícias, em especial a carioca e a paulista.
O juiz que gastou quase um dia lendo seu voto esdrúxulo ficar envergonhado.
Os números primos saírem do espelho.
A música universitária estudar de fato.
As balas se acharem.
Essa gente iludida se tocar que ser empreendedor pode ser uma furada só.
Os preços da maçã voltarem a um patamar razoável.
Os cachorros da vizinha acordarem depois das oito.
As bicicletas mecânicas, as elétricas, as quase motocicletas, as que lembram as lambretas, as motocicletas, essas máquinas todas, enfim, descobrirem o que é mão e contramão. Ah, sim, e o que é calçada e rua.
O sol nascer redondo para os golpistas de sempre. Ufa, pelo menos isso.
Um comentário:
Muito bom. Feliz Natal, Alexandre, e parabéns pelo sucesso comoe escritor. Que só aumente!
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